Olá, gosta de ler sobre a vida?

 Pela manhã, sinto desejo Não por vícios ou falta Mas sim, pelos indícios De um certo lampejo. Durante o dia, nutro convicções Não são muitas, confesso Mas, para ser modesto? Prefiro chamar de missões. Missão de luta, missão de guerra Soldados, armados até o dentes Que de tão carentes Sobrevivem às misérias. Quando a Lua nasce, o sol desaparece As obviedades do dia que fizeram prece Viraram atitudes, que sua alma carece Para que assim, sua pessoa enobrece. Pela noite, vivo um sonho Um desejo fatídico, que ninguém soube E que perece verídico, mas não ocorreu Este parece ser o maior dos meus abandonos... Ele diz: "Lute, mas não exite Quando todos pararem de gritar seu nome Verão sua batalha e sua fome De um dia ser algo que hoje não existe..."

 Curiosamente, vivemos em um mundo onde o objeto que nos fere é o mesmo que nos traz felicidade. Balbúrdias e balbúcios em nossos ouvidos são suficientes para causar uma explosão fatal em relações que demoraram anos, senão séculos para serem construídas. Os monstros que chamamos de humanos, na verdade percorrem um longo caminho até chegarem à atmosfera vital de ambição e vingança, onde com a qual, ferem até o último fiapo de esperança vivida.... Amizades, são as vezes constipações, momentos de um incômodo sem fim, cuja translúcida aparência é melhor do que a sólida e dura verdade: Você está carente porque não conseguiu o que queria. Elas doem, machucam e são como episódios perfeitos, cuja roteirização é esplêndida, mas que ninguém nunca verá, pois tudo o que é perfeito ficará na subjetividade.... Honestamente? Viver é uma bagunça. É como uma lembrança de que, a cada passo que damos, estamos mais próximos do inócuo fim, que imaginamos estar sem ninguém, mas que na verdade, existem muita

 Pelos caminhos da vida Vejo desafios, portas de entrada Vejo histórias cruzadas, risos do passado Pela estrada, não vejo saída. Minha morada? É meu desejo Quando chego em casa Despejo sobre a brasa As memórias de um beijo. Um beijo quente, que traz alegria E que, embora não pareça Serve antes que adoeça Para qualquer trejeito da lida. Nessa viagem, ouço grito Não de pavor, mas de desespero Daqueles que demonstram um lampejo De algo que um dia foi bonito. São meras ilusões Cada momento vivido Passará como um grito Feito para suas missões, completar.  Viva, mas o seu momento Persista no seu objetivo Pois na hora da sua conquista Ninguém valorizará seu talento.....

 Choram as rosas Mas não como aquelas vermelhas  Ou como as lágrimas alheias As rosas choram em prosa. Choram suas pétalas Como o início de cada lenda E, se é que você lembra Um dia sua vida será bela. Chora o passado Que, com suas revistas Acalentou cada conquista E deixou sua esperança laçada. Sob a luz dos olhos Restam os planos  Que, embora sejam insanos Causam, na verdade, embrolhos. Se um dia você foi feliz  Agradeça as raízes Porque, um dia, elas podem ser matrizes De um lugar perfeito, com perdiz.

  Revirando alguns arquivos do passado Eu pude lembrar, de expectativas Que depois de tantas tentativas Se tornaram apenas negativo velado... Eu pude ver meu passado Que apesar de tão próximo Parece muito distante e ótimo Dos momentos em que eu estava do seu lado Ainda me lembro daquela noite vazia Quando a saudade tomava conta E o tempo irradiava esperanças Enquanto tudo se tornava bacia As vezes me pego pensando "E se tivesse sido diferente?" E se, de repente, Minha mente estivesse nevando? Até que a noite virou dia E venha ver, o quanto a mudança atingiu Desde que você partiu A mudança que eu jamais pensei que viria.... A queda refaz A neura tritura E nessa mistura Vivemos uma vida sagaz... O que eu posso fazer? Nos dias de hoje Enquanto o tempo me feria de novo Só me resta dissolver Dissolvo as gotas de hera Porque o que vale é a dança De quando acabou a temperança Das falhas da minha guerra (.....)

Vende-se esse  coração Que um dia, teve muitas cores Mas devido aos rumores Perdeu o seu condão Vendo meu amor Que hoje já não tem mais sentido Porque o que parecia ter ido Na verdade só causou dor Troco minha fidelidade Por algo que valha mais que isso Porque eu descobri que, por mais que seja castigo A vaidade sempre prospera.... Negocio a história deste objeto Que depois de tantas quedas Se inicia uma nova era Que talvez tenha um caminho reto Rogo pela comercialização Dessa figura que um dia Acreditou que o murmúrio Pudesse ser abnegação Vendo meu coração Aos remendos, quebrado Incolor, despedaçado Por pessoas que disseram "não" Acuso esse coração Por ter sido tão imaturo Nas mazelas da paixão obscura Para o acesso da contramão.... Até que se prove o contrário Esse coração será incolor Apenas guardando o amor De um belo ordinário Seu preço talvez seja alto Algo que ninguém tenha Talvez almejem por algúem Mas é somente por contrato Pedro Cipriano